terça-feira, 20 de maio de 2014

All Star

Então, fiz vinte anos recentemente (Oba!, parabéns pra mim). Toda virada de década é um momento oportuno para rever até onde você chegou. A essa altura da vida, já teria aproveitado minha fase de fazer merda, me apaixonar, namorar na escola, etc. Teria feito muito para que, hoje, estivesse um pouco mais maduro e pensando com clareza em um futuro próximo e, quem sabe, num mais distante.

Perceberam que eu usei o Futuro do Pretérito? Exatamente.

É, não passei pelas tais experiências da fase de fazer merda. Talvez tenha feito algumas, mas tão dispersas e tão perdidas no mar de civilidade que regeu minha adolescência. Depois fiquei achando besteira. Enfim, isso fica muito confuso.

De volta a meu aniversário, no dia seguinte a ele, acordei com uma frase na cabeça: "Não lembro de ter tido um All-Star. Quero um". Besteira, pensei, mas aquilo cresceu no dia, com algo peculiar. Aos que não sabem, o All-Star é um modelo de tênis muito popular, conhecido por aqui por ser voltado para o público púbere, entre 12 e os 18 anos, presumo. As linhas simples e a facilidade para lavá-los vieram muito bem a calhar.

Não que eu tenha sido melhor ou pior pessoa durante minha adolescência por isso, mas não tive um. Porém, talvez pudessem servir de algum tipo de marco. Vai ver significasse algo que morreu lá atrás e eu não vi, mas falta hoje pra mim. Quem sabe ter o desejo repentino de comprar esse tenis seja só porque eu sinta falta de ter feito o que deveria anos atrás. Oportunidades perdidas? Uma nova chance para pensar com clareza o futuro de um futuro recente que preciso reformular? Não tenho ideia.

De fato, não tenho ideia nenhuma das respostas que preciso. Eu só sei que eu comprei a porra do All-Star.

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