Rubens Barrichello. Um piloto que muitos lembram, mas por pouca coisa. Quase 20 anos de carreira na Formula Um, não conseguiu se impor com toda a habilidade que tinha. Por isso, acabou caindo na armadilha de virar piada.
Lembro-me da primeira vitória dele. Eu posso dizer que estava lá (de frente à televisão). Largou nas últimas filas do grid e foi caçando, posição após posição. E eu, que já gostava de acordar domingo de manhã para assistir corridas, estava vendo Rubinho fazer coisa de gente muito grande.
Teve de tudo naquela corrida: um cara entrou na pista completamente bêbado, acidentes e mais acidentes, chuva caindo em parte do gigantesco circuito de Hockenheim. Este último, parecia tirar o triunfo de suas mãos. Mas ele foi firme, segurou o volante do carro para manter o carro com pneu de pista seca na pista molhada tão forte quanto a vontade que tinha para ganhar. E então conseguiu.
Acho que lembro de quase tudo. Eu estava vidrado desde o momento que a chuva caiu e gritei “Rubinho!” quando ele venceu. Galvão Bueno começou com aquelas frases bestas, minha mãe dando um berro e eu abraçando ela, meu pai aplaudindo, abrindo um largo sorriso. Não sei se foi o fato de eu ter apenas seis anos de idade e ouvir o tal “Tema da Vitória” pela primeira vez ou se foram meus pais, que viram e viveram a Formula Um dos anos 80 (com Piquet, Prost, Mansell e, claro, Senna), se emocionando de novo que me fizeram chorar àquela manhã. E dali em diante, virava eu um fã de automobilismo.
Acontece que, depois, eu passei a me sentir mais feliz acordando cedo. E torcia de verdade para Rubens Barrichello, para ver se me sentia tão emocionado quanto naquele 30 de julho de 2000. E daí passei a me lembrar que todo mundo tem tudo para ser ídolo de alguém.
13 anos, Rubinho... 13 anos...